27 setembro 2011

A geração Y precisa de uma mãozinha


Alguns brinquedos coloridos cumpriam bem seu objetivo de manter a atenção do bebê, enquanto seus pais se ocupavam e conversavam sobre os problemas.

Aquela criança ainda não podia entender significado de nada. Acomodada em um confortável e perfumado assento, mirava os olhos em cada movimento que ocorria à sua volta. As pessoas que passavam, buscavam a recompensa de um sorriso simpático, que quase sempre surgia nos lábios daquele bebê. Não demorou muito para que os brinquedos fossem abandonados, pois houve uma impressionante descoberta. Os olhos se abriram buscando melhorar o foco, o sorriso surgiu espontaneamente com uma risada inconfundível. Depois, um silêncio. Provavelmente era o primeiro momento de absoluta concentração daquele bebê. Nada mais tirava a sua atenção. Nenhum movimento, nenhum brinquedo, nem mesmo seus pais pareciam conquistar seu sorriso.

Aquela criança acabava de descobrir a própria mão.

Um casal de velhinhos, que olhava para a criança naquele instante, percebeu que o momento era mágico e começaram a anotar em um guardanapo de papel, todos os significados que atribuíram a suas próprias mãos, durante suas vidas.

O primeiro a escrever foi o velhinho:

PALMO …lembrando que sua mão significava uma medida, muito usada nas brincadeiras com bolinhas de gude.

A velhinha rapidamente escreveu:

TRABALHO …pois lembrou de quantas vêzes viu sua mãe costurar suas roupas para que ela pudesse realizar sonhos de menina.

Assim seguiu o ritmo daqueles instantes. A cada nova palavra, um novo significado para as mãos…

PROTEÇÃO …para que o descanso traga novas energias.
EXPECTATIVA …de que sempre o melhor irá acontecer
PAIXÃO …nos momentos mais felizes de nossa vida
SUSTENTO …que garante uma chance ao futuro
SACRIFÍCIO …de quem acredita que a injustiça se combate com o amor
CONEXÃO …mesmo quando parece impossível
SURPRESA …quando observa a diversidade humana
SÚPLICA …quando se percebe que a fé é poderosa
ATREVIMENTO …afinal rir é um ótimo remédio
SUPERAÇÃO …quando o impossível é facilmente dominado pela simplicidade
FORÇA…para se manter na missão de preservar criaturas mais frágeis
PERPLEXIDADE …ao admirar a genialidade de algo simples
CORAGEM … para lutar por ideias
INOVAÇÃO …como forma divertida de expressar pensamentos
ENERGIA …mesmo para fazer coisa alguma

Os velhinhos estavam animados e sorridentes, agindo como duas crianças em uma gincana, quando perceberam que os pais daquele bebê, começaram a se movimentar. Estava claro para os velhinhos, que os pais não haviam percebido a grande descoberta que encantou seu filho até aquela momento.

Levantaram-se apressadamente e mostrando o guardanapo de papel, contaram o que havia acontecido. Os pais ficaram perplexos e tristes de perderem este momento especial de seu filho. Os velhinhos consolaram os pais lembrando-os que, como eram jovens, se distraíam com outras coisas, mas que deveriam estar atentos, pois muitos outros momentos como aquele, irão surgir nos próximos anos.

A velhinha escreveu uma última palavra, dobrou o guardanapo de papel e entregou para aqueles pais. Pediu que eles não mais se distraíssem, pois aquelas pequenas mãos descobririam novos significados a cada ano, e a distração ou mesmo omissão de quem educa a criança, pode trazer significados inesperados para as mesmas mãos.

O velhinho depois perguntou a velhinha, qual era a última palavra. Ela respondeu:

ESPERANÇA…porque quando somos jovens, muitas vezes precisamos contar com uma “mãozinha”. (Sidnei Oliveira aqui)


E pra falar um pouquinho mais sobre o essas gerações diferentes... assista esta reportagem:



Conflito de Gerações from TV Novo Tempo on Vimeo.

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