Há duas semanas eu fui assaltada. Você pode concluir que sou meio lerdinha para escrever aqui alguns acontecimentos relevantes na minha vida, né?!?
Mas então.. a questão é que só agora eu consegui colocar meus meus sentimentos e pensamentos em ordem depois do baita susto que levei na terça-feira, dia 22 de junho.
Por causa da greve dos rodoviários eu não fui para aula de pós-graduação. Eu só me liguei que eu não teria como voltar para casa depois da aula no final do dia e por isso eu estava toda equipada (com o meu laptop).
Faltei a aula e vim pra casa de metrô. Faltando uma quadra para chegar na minha casa, olhei do meu lado e vi dois meninos usando bonés e blusões. Pensei comigo: vou olhar bem pro rosto deles, pois terei que reconhecê-los na delegacia... Dito e feito. Quando voltei o olhar para frente, eles me pararam e levaram tuuuuuudo. Bolsa, bolsa do laptop (que é super camuflada), celular, meu sossego, paz, etc.
Esta foi a terceira vez que fui assaltada. Mas foi a primeira vez que realmente me assaltaram. As duas primeiras eu não fui tão ameaçada e por isso não entreguei nada.
Dessa vez, eles estavam armados. E atiraram para o alto enquanto corriam, pois é claro que eu gritava feito looooouca por ajuda. Com o tiro pro alto, ninguém se atreveu a me ajudar... pelo menos naquele momento.
Corri sozinha para o posto policial mais próximo e fiz a queixa. Enquanto esperava o meu marido e uma viatura chegar, um carro branco parou no posto e dele saltou uma menina dizendo que viu dois meninos carregando uma bolsa roxa de bolinhas brancas (a miiiiiiiiiiiinha bolsa) e um laptop. Ela achou estranho e achou que eles tinham acabado de assaltar alguém. Eu... eu... acabaram de me assaltar... são as minhas coisas eu disse pra ela. Pois então, esta garota simplesmente disse em qual quadra e exatamente qual casa os dois assaltantes entraram... Eu com cara de desacreditada fiquei calada esperando o número do CPF, RG e filiação dos meninos. Fala sério :O
Resumindo um pouco a história... 5 minutos depois eu estava dentro do barraco dos assaltantes ajudando a polícia a recuperar os meus pertences.
-Sim. Recuperei quase todas as minhas coisas. Pelo menos as principais (documentos, cartões, laptop, livros e celular)
-Não. Eu não tinha R$1,00 na carteira. Sou a pessoa mais falida que vocês conhecem.
-Sim. Reconheci os criminosos almejados e encolhidos dentro do camburão da polícia...
-Sim. Tive que formalizar tudo na delegacia...
-Sim. Os policiais civis, a despeito da greve, nos atenderam pois era um caso de flagrante.
Foi quase impossível domir naquela noite. Tem sido impossível ir e voltar de metrô pra casa, sozinha.
Esse tipo de situação muda drasticamente a rotina da gente. Esse tipo de situação muda a gente.
Não sei se hoje, eu sou uma pessoa melhor ou pior... Sempre prezo pela melhoria... mas não sei.
Só sei que por alguns instantes desejei o mal para aqueles meninos (um era maior)... Poxa, cada um deles já tinha 5 e 6 passagens pela polícia e ainda estavam na rua me assaltando. Desejei mal, pois a própria polícia acreditava que dali uma semana eles já estariam soltos novamente e poderiam sim vir atrás de mim. Como me livrar desse mal?!? Sério... é um medo que pira. É um medo que desestrutura. É um medo que bagunça tudo.
Tenho orado muito pedindo para que Deus me proteja fisicamente... mas tenho orado o dobro para que Ele me proteja emocionalmente. Ele tem me atendido.
Graças a Deus, hoje, acredito que a salvação é a melhor "cadeia" para aqueles meninos. A salvação e a mudança que só Ele pode fazer na vida desses meninos é a melhor justiça que pode acontecer. Só assim eu não preciso mais temer.
Com esse sentimento, me sinto em ordem... me sinto com a casa limpa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário